Nos últimos anos, tornou-se popular tomar em jejum uma colher de sopa de azeite de oliva. Aqui contamos o que dizem os especialistas sobre essa prática e se ela realmente é benéfica. Nos últimos anos, especialmente graças às redes sociais, tornou-se moda tomar uma colher de sopa de azeite de oliva em jejum. Muitas pessoas afirmam que essa prática traz inúmeros benefícios para o organismo, mas é importante conhecer a opinião dos especialistas antes de incorporá-la à nossa rotina diária.
Propriedades do azeite de oliva
O azeite de oliva, especialmente o virgem extra, é um dos alimentos mais populares e saudáveis da dieta mediterrânea. Muitas vezes conhecido como ouro líquido, é uma verdadeira joia nutricional, em grande parte graças às suas gorduras insaturadas. “Ao contrário das gorduras saturadas, as insaturadas contribuem para manter níveis normais de colesterol no sangue”, explica o nutricionista Manuel Moñino em um artigo da Academia de Nutrição e Dietética.
Além disso, contém uma grande variedade de compostos bioativos, entre os quais se destacam os polifenóis, os tocoferóis (vitamina E), os esteróis ou os esqualenos. Todos eles têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
Azeite de oliva em jejum: o que dizem os especialistas sobre tomá-lo?
Apesar de ter se popularizado recentemente, a ideia de consumir azeite de oliva em jejum não é nova. No entanto, voltou a ficar na moda acompanhada de promessas de desintoxicação ou efeitos milagrosos. Obviamente, isso não é verdade, mas, como conta o Dr. Manuel Manzano no canal do YouTube Alimentos Saludables y sus Beneficios (Alimentos Saudáveis e seus Benefícios), pode ser uma prática benéfica, especialmente para a saúde digestiva.
“Está mais do que comprovado que tomar uma colher de sopa de azeite de oliva em jejum todas as manhãs é a melhor maneira de prevenir qualquer tipo de prisão de ventre crônica”, afirma o especialista. Ele explica que, quando tomado em jejum, sua gordura se emulsiona com a água presente no intestino e não é totalmente absorvida.
De qualquer forma, por ser um alimento muito saudável, a ingestão de azeite de oliva é boa em qualquer momento do dia. Por isso, não pode faltar em nenhuma dieta saudável e equilibrada.
Benefícios do azeite de oliva em jejum
O Dr. Facundo Pereyra, especialista em gastroenterologia, também recomenda tomar uma colher de sopa de azeite de oliva em jejum e destaca seus benefícios:
- Ajuda a melhorar a digestão: pode atuar como um laxante suave, favorecendo assim a regularidade intestinal.
- É um anti-inflamatório natural: contém oleocanthal, um composto com propriedades anti-inflamatórias semelhantes ao ibuprofeno.
- Ajuda à saúde cardiovascular: por ser rico em ácidos graxos monoinsaturados e antioxidantes, pode ajudar a reduzir o risco de sofrer de doenças cardíacas.
- Cuida da saúde da pele: o consumo regular de azeite contribui para uma pele mais hidratada e saudável.
- Ajuda a controlar o colesterol: pode reduzir os níveis de colesterol LDL (o mau) e aumentar os de colesterol HDL (o bom).
Quanto azeite de oliva se pode consumir por dia?
Há quem recomende o azeite de oliva em jejum para perder peso. No entanto, embora tenha poder saciante, não se deve esquecer que continua a ser uma gordura e, portanto, fornece muitas calorias. Concretamente, de acordo com a Fundação da Nutrição, cerca de 899 por cada 100 gramas (cerca de 90 por colher).
O Dr. Borja Bandera, especialista em endocrinologia e nutrição, recomenda não exceder 20 ou 30 mililitros de azeite por dia. Seriam cerca de duas ou três colheres de sopa. “Se um alimento saudável nos faz ganhar excesso de gordura, então perderemos seus benefícios, pois estaremos favorecendo uma situação metabólica que prejudica a saúde de outras maneiras”, explica.
Riscos do azeite de oliva
Embora seja saudável, o uso do azeite de oliva deve ser responsável para evitar alguns problemas de saúde.
Em um dos vídeos de seu canal no YouTube, o Dr. Alberto Sanagustín indica os principais riscos do azeite de oliva e como evitá-los:
- Cair em enganos: algumas marcas rotulam seus produtos como azeite de oliva extravirgem quando, na verdade, são misturados. Por isso, é importante verificar se eles têm certificados de qualidade.
- Cozinhar em temperaturas muito altas: a partir de 190 graus, o azeite de oliva se decompõe e perde suas propriedades. Ele pode até liberar substâncias tóxicas. O ideal é usá-lo cru ou para cozinhar em temperatura média. Para cozinhar em temperaturas muito altas, pode-se usar azeite de girassol ou abacate.
- Armazená-lo incorretamente: o azeite de oliva é sensível ao oxigênio, ao calor e à luz. Por isso, guarde-o em um local fresco e escuro, para que não oxide. Além disso, feche bem a tampa do recipiente após cada uso.
- Não verificar a data de validade: embora não tenha prazo de validade, a partir de uma determinada data ele começa a perder valor nutricional e pode oxidar. O ideal é consumi-lo antes de 12 meses após sua produção.
- Evitar em determinados casos: embora seja muito saudável, há pessoas alérgicas ao azeite de oliva. Além disso, ele não é recomendado para pessoas com litíase biliar, pancreatite, fígado gorduroso ou excesso de peso.