De “El Dorado” ao ouro de Moctezuma: estes são os tesouros mais procurados da América

Essas histórias alimentaram a ganância de monarcas e mercenários, mas também despertaram uma curiosidade científica: a de compreender as rotas, culturas e mistérios de um continente ainda por decifrar.

Durante mais de quatro séculos, o continente americano foi palco de uma das maiores buscas por riquezas da história. Desde as primeiras viagens de exploração até as últimas expedições do século XIX, aventureiros, conquistadores e corsários perseguiram o mesmo sonho: encontrar os tesouros que, segundo os rumores, estavam escondidos pelas civilizações indígenas ou pelas vice-reinos coloniais. Ouro, pedras preciosas, cálices sagrados, baús afundados e cidades inteiras compunham um imaginário onde a realidade se misturava com a fantasia.

Os cronistas europeus alimentaram o mito. Relatos sobre imperadores que ofereciam ouro aos deuses ou sobre montanhas repletas de metais preciosos circularam pelos portos do Atlântico como se fossem mapas secretos. Essas histórias alimentaram a ganância de monarcas e mercenários, mas também despertaram uma curiosidade quase científica: a de compreender as rotas, culturas e mistérios de um continente ainda por decifrar.

Hoje, os arqueólogos sabem que muitas dessas lendas nasceram de mal-entendidos culturais ou exageros da época. No entanto, seu magnetismo persiste. Algumas pistas se perderam para sempre; outras, surpreendentemente, continuam vivas na memória popular. Estes são alguns dos tesouros mais procurados da América.

O tesouro de Moctezuma: o ouro perdido do imperador mexica

Quando Hernán Cortés entrou em Tenochtitlán em 1519, encontrou um império que acumulava riquezas incalculáveis. Após a queda da cidade, os conquistadores fundiram o ouro mexica em barras e o dividiram entre si, embora grande parte do saque tenha desaparecido durante a chamada “Noite Triste”, quando os espanhóis fugiram pelos canais perseguidos pelos guerreiros de Moctezuma.

Desde então, o “tesouro de Moctezuma” tem sido objeto de busca e especulação. Alguns acreditam que ele foi escondido pelos mexicas no lago Texcoco; outros, que foi levado secretamente para a Europa ou afundado no Golfo do México. Até hoje, nenhuma descoberta confirmou seu destino. Mas o mito do imperador que perdeu seu ouro — e com ele, seu mundo — continua fascinando tanto quanto sua história.

El Dorado: a cidade que brilhava no mapa dos sonhos

Poucas lendas coloniais foram tão persistentes quanto a de El Dorado, “o homem dourado” que se cobria de pó de ouro para oferecê-lo aos deuses em um lago sagrado. O mito nasceu na atual Colômbia, entre os muiscas, e logo se transformou na ideia de uma cidade — ou mesmo um reino inteiro — feito de ouro.

Entre os séculos XVI e XVII, expedições da Espanha, Inglaterra e Portugal se aventuraram na selva amazônica e nos Andes em sua busca. Nenhuma delas voltou com provas, mas todas contribuíram para ampliar o conhecimento geográfico do continente. Na verdade, El Dorado nunca foi um lugar concreto: era um símbolo do desejo europeu de possuir o que não compreendia.

O tesouro de Lima: um saque escondido no Pacífico

Durante as guerras de independência, a vice-realeza do Peru temia que sua imensa riqueza caísse nas mãos dos insurgentes. Em 1820, segundo os registros, um carregamento de ouro, joias e relíquias religiosas avaliado em milhões de dólares foi embarcado secretamente com destino ao México. O capitão britânico William Thompson deveria guardá-lo a bordo do Mary Dear, mas decidiu ficar com o tesouro e fugiu para as ilhas do Pacífico.

Pouco depois, o navio foi capturado e a tripulação executada… exceto Thompson, que prometeu revelar a localização do tesouro se lhe poupassem a vida. Ele morreu sem cumprir sua palavra. Desde então, dezenas de expedições têm procurado o tesouro de Lima nas ilhas Cocos (Costa Rica), Galápagos e outras ilhas do Pacífico Sul. Nenhuma delas o encontrou.

Os galeões da prata: o tesouro no fundo do mar

Todos os anos, a frota espanhola transportava toneladas de prata de Potosí para Sevilha. Mas a viagem era repleta de riscos: tempestades, piratas e naufrágios. Estima-se que mais de mil navios afundaram entre o Caribe e o Atlântico com seus porões cheios de lingotes, moedas e porcelanas orientais.

Anabete Lima/ author of the article

Eu, Anabeth Lima, compartilho dicas diárias: passos simples para viver com mais facilidade, economizar tempo e energia e encontrar alegria em cada dia.

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