O outono é a época da limpeza no jardim, que determinará o estado das plantas na próxima estação. Quando as copas das árvores e arbustos estão sem folhas, é mais fácil perceber os brotos secos, doentes e muito densos. É agora que devemos pegar na tesoura e fazer uma poda sanitária, que reforçará a resistência das plantas ao inverno. Descubra quais as árvores, arbustos e plantas perenes que devem ser podados em outubro e novembro e quais é melhor deixar para a primavera.
O que podar no outono no jardim?
A poda de árvores e arbustos no outono deve ter um caráter mais sanitário e organizacional do que formativo. O objetivo é ajudar as plantas a entrar no inverno em boas condições, não enfraquecê-las com uma poda radical. Uma intervenção profunda na estrutura das plantas pode comprometer sua resistência natural ao frio, aumentar a suscetibilidade a doenças e retardar a recuperação na primavera. Então, o que vale a pena podar? É necessário concentrar-se em vários tipos de rebentos:
- rebentos que se cruzam e se esfregam uns nos outros: esta é uma das “armadilhas” mais perigosas para a casca. Quando os galhos se esfregam, surgem microtraumas que, no ar úmido do outono, tornam-se o local ideal para o desenvolvimento de fungos e bactérias. Essas feridas, invisíveis à primeira vista, podem se transformar em graves focos de infecção no inverno. A remoção desses brotos melhora a saúde da árvore, sua forma e equilíbrio da copa e, a longo prazo, também a estabilidade do crescimento e a resistência;
- Brotos crescendo para dentro da copa: a densidade excessiva da copa é um problema comum, especialmente em árvores frutíferas e arbustos ornamentais. Quando a parte interna da copa é privada de luz e ventilação, cria-se um ambiente propício ao desenvolvimento de mofo, musgo e doenças fúngicas. A poda dos brotos que crescem para dentro restaura o equilíbrio – melhora a circulação do ar, ilumina a planta e promove a fotossíntese. No caso das árvores frutíferas, esta medida tem outro efeito: uma melhor iluminação dos botões florais aumenta a qualidade e o volume da colheita na estação seguinte;
- galhos finos e frágeis em arbustos de bagas: nas framboesas, groselhas ou groselhas espinhosas, aparecem frequentemente rebentos finos e fracos que não têm hipótese de sobreviver ao inverno ou dar frutos. É melhor removê-los, pois assim o arbusto concentra seus recursos nas partes mais fortes, que facilmente iniciarão um novo crescimento na primavera. A poda de arbustos é uma das medidas mais eficazes para melhorar a produtividade – a planta não desperdiça energia e mantém uma estrutura transparente e saudável;
- rebentos que impedem a passagem ou crescem em direções indesejadas: também é necessário cortar os galhos que se inclinam sobre os caminhos, bloqueiam a entrada do gazebo ou prendem-se nas roupas durante uma caminhada. Não é apenas uma questão de estética, mas também de segurança. No inverno, quando estão carregados de neve ou gelo, podem partir-se e causar danos.
No entanto, é necessário proceder com cautela. Os cortes profundos de modelagem devem ser feitos no inverno ou no início da primavera, quando as plantas estão em repouso total e o risco de congelamento das feridas recentes é mínimo. Pesquisas realizadas pela Universidade Florestal de Nanjing em 2023 mostraram que a poda excessivamente agressiva (por exemplo, 50% da copa) reduziu o crescimento do tronco e seu diâmetro, enquanto a poda moderada (por exemplo, ⅓ da copa) teve um efeito menos negativo.
O que podar em outubro e o que podar em novembro?
Outubro e novembro são meses em que o ritmo do jardim diminui significativamente. As folhas caem e as plantas começam a acumular reservas de energia nas raízes e nos brotos, preparando-se para o descanso de inverno. Nesta época, já não se realiza uma poda forte, mas há um grupo de plantas que requerem procedimentos delicados.
1. Árvores frutíferas e ornamentais
- Remova galhos doentes, danificados e cruzados: no outono, quando as árvores perdem as folhas, é mais fácil notar brotos com sinais de doenças, danos mecânicos ou aqueles que se cruzam e se esfregam uns nos outros. Esses locais são particularmente suscetíveis a microdanos. Ao removê-los, melhoramos a saúde da árvore e, ao mesmo tempo, aumentamos a respirabilidade da copa, o que limita o desenvolvimento de patógenos no clima úmido do outono.
- Evite cortes grandes: a remoção de mais de 20-30% da copa leva a um enfraquecimento grave da planta — ela perde uma parte significativa do aparato de assimilação e, com isso, a capacidade de produzir e acumular carboidratos. São essas substâncias que desempenham o papel de “combustível” natural e proteção contra o frio no inverno. Os grandes cortes resultantes da poda cicatrizam mais lentamente a baixas temperaturas, o que infelizmente aumenta o risco de infecção e apodrecimento.
- Em espécies mais resistentes, os brotos longos podem ser cortados, mas com moderação: algumas árvores decíduas que se adaptam bem a climas temperados (por exemplo, tílias, bordos, freixos) toleram melhor uma poda leve no outono. Nesse caso, os brotos muito longos e fracos, que podem quebrar sob o peso da neve no inverno, podem ser cortados. No entanto, não se deve exagerar — cada corte adicional é uma ferida que precisa cicatrizar, e no outono esse processo é mais lento do que na primavera.
Pesquisas realizadas em 2007 na Universidade de Recursos Naturais e Agricultura mostraram que a poda muito intensa não só reduz a área das folhas responsáveis pela fotossíntese, mas também perturba o equilíbrio mecânico de toda a copa.
2. Arbustos ornamentais e frutíferos
A poda de arbustos no outono é um processo que requer sensibilidade, conhecimento do ciclo biológico das plantas e das condições climáticas. Ao contrário das árvores, que reagem mais lentamente aos danos, os arbustos regeneram-se mais rapidamente e, muitas vezes, toleram melhor uma poda suave em outubro ou novembro. No entanto, uma intervenção demasiado profunda na estrutura do arbusto pode perturbar o seu equilíbrio energético, levando ao enfraquecimento da fertilidade ou à perda de resistência ao frio. Como apoiar os arbustos no outono:
- Pode os rebentos fracos e demasiado crescidos: se os rebentos forem fracos, finos ou demasiado densos, competem pela água e pelos minerais com os rebentos mais fortes. No entanto, a probabilidade de sobreviverem ao inverno é pequena. Deixá-los no arbusto significa perder recursos e arriscar danificá-los com ventos fortes ou com o peso da neve;
- remova os galhos doentes ou infestados por pragas: no outono, a alta umidade do ar favorece o desenvolvimento de fungos e bactérias. As partes infestadas dos arbustos são um reservatório de patógenos que podem sobreviver ao inverno e atacar novamente na primavera. Portanto, é necessário remover os brotos com sinais de doença (por exemplo, manchas marrons, rachaduras na casca, folhas torcidas);
- limite a modelagem da copa no outono: esse é um erro que os jardineiros iniciantes costumam cometer. Cortes profundos, cujo objetivo é moldar o arbusto, provocam o crescimento de novos brotos. Estes, por sua vez, não têm tempo para morrer e acumular açúcares protetores, sendo, portanto, muito suscetíveis ao congelamento. Como resultado, no outono podem aparecer pontas mortas e todo o arbusto precisará ser renovado. É melhor deixar a modelagem para a primavera, quando a planta entra em uma fase de metabolismo intenso e as feridas da poda cicatrizam mais rapidamente.
A eficácia da poda no outono também depende das condições climáticas e ambientais. A poda deve ser feita em tempo seco e sem geadas, pois a umidade ajuda na penetração de patógenos nas feridas recentes. Além disso, solos pesados e encharcados aumentam o risco de doenças fúngicas, por isso é especialmente importante remover as partes afetadas das plantas em jardins assim.
3. Plantas trepadeiras e rosas
As trepadeiras e as rosas estão entre as plantas mais bonitas, mas também as mais exigentes do jardim. No outono, elas se comportam de maneiras diferentes: algumas, como a videira ou a trepadeira, lignificam rapidamente e toleram bem o frio, outras, como as rosas de jardim, são muito sensíveis à geada e requerem cuidados especiais. Por isso, a poda de outono deve ser feita com muito cuidado:
- remova os brotos secos, danificados ou doentes: as partes mortas e atacadas são a fonte mais comum de infecções fúngicas e bacterianas no outono e no inverno. Ao removê-las, limitamos o desenvolvimento de patógenos e pragas que hibernam nos restos vegetais. No caso das rosas, é necessário verificar a base do arbusto – muitas vezes é aí que aparecem os sintomas de oídio ou podridão cinzenta, que nos dias húmidos de outono podem se espalhar rapidamente para as partes saudáveis da planta;
- Corte os galhos pendentes e os brotos excessivamente crescidos: as plantas trepadeiras e as rosas tendem a formar galhos longos e flácidos que podem atrapalhar no outono, especialmente quando pendem sobre calçadas ou cercas. Cortando-os alguns centímetros, você evitará danos causados pelo vento, neve ou gelo. Esta é também uma medida prática – as plantas mantêm uma melhor forma e não se partem sob o peso da neve do inverno. No entanto, a poda não deve ser feita muito perto dos botões – é melhor deixar uma margem de cerca de 0,5-1 cm, que protegerá os tecidos contra o congelamento;
- deixe a maioria dos galhos sem podar: os brotos velhos e lenhosos são uma barreira protetora natural contra o frio, especialmente para as partes jovens e ainda não lenhosas da planta. As rosas de jardim e de flores grandes não devem ser muito encurtadas, pois os brotos encurtados congelam mais rapidamente, o que pode levar à destruição de arbustos inteiros. As rosas trepadeiras só podem ser aparadas prendendo cuidadosamente seus brotos longos a suportes para que não sejam quebrados pelo vento no inverno.
No outono, as rosas acumulam carboidratos (principalmente amido e açúcares simples) nos brotos e raízes. Essas substâncias reduzem a temperatura de congelamento dos sucos celulares e protegem os tecidos contra danos causados por cristais de gelo. Elas também são uma fonte de energia que a planta utiliza no início da primavera, antes do início da fotossíntese intensa. Se removemos a maior parte da massa verde no outono, limitamos a capacidade da planta de produzir e acumular essas substâncias. Como resultado, a rosa entra no inverno com menos “reservas energéticas”.
4. Arbustos coníferos
As plantas coníferas estão entre as mais plantadas nos jardins poloneses — servem como pano de fundo para canteiros de flores, proteção contra o vento e elemento de vegetação durante todo o ano. Ao contrário das árvores decíduas, as coníferas não passam por um período completo de dormência invernal. Os seus rebentos, agulhas e tecidos verdes permanecem ativos e realizam fotossíntese de forma limitada. Por isso, a poda de outono requer um cuidado especial:
- remova galhos secos e mortos: brotos mortos ou quebrados são o local ideal para a hibernação de pragas e também contribuem para o desenvolvimento de mofo e podridão marrom nas agulhas. Ao removê-los, você melhora a circulação de ar e a aparência geral da planta, sem prejudicar a função das partes verdes da copa. Mesmo nos meses frios, as agulhas participam nos processos metabólicos, pelo que qualquer poda desnecessária limita a capacidade da planta de sobreviver ao inverno;
- evite podar o interior da copa: as árvores coníferas não toleram bem a poda em locais onde os rebentos são despojados das agulhas. Essas feridas não cicatrizam e, com o tempo, morrem, criando “buracos” inestéticos. Portanto, podas maiores podem ser adiadas para o final do inverno ou para o início da primavera, quando a planta entra em fase de crescimento ativo. A regeneração ocorre mais rapidamente e os brotos novos mascaram eficazmente os vestígios da poda. Por exemplo, as tui toleram bem um corte moderado dos brotos laterais, mas a modelagem de arbustos inteiros deve ser feita exclusivamente durante o período vegetativo;
- observe o tipo e a variedade: cada tipo de árvore conífera reage de maneira diferente à poda. As abetos e as abetos têm baixa tolerância a cortes na profundidade da copa – após a remoção dos brotos verdes, eles não produzem novas agulhas a partir da madeira. Ao mesmo tempo, as tuías, os ciprestes ou os zimbros apresentam maior flexibilidade e toleram melhor pequenos ajustes. Também é necessário prestar atenção à velocidade de crescimento – espécies de crescimento lento, como o teixo comum, devem ser podadas o mínimo possível, pois a regeneração das partes removidas leva muito tempo.
As árvores coníferas, ao contrário das plantas decíduas, transpiram água mesmo no inverno, por isso, durante o período sem chuva no outono, é necessário regá-las abundantemente para reduzir o risco da chamada seca fisiológica, que se manifesta no amarelecimento das agulhas na primavera. É igualmente importante usar fertilizantes de outono ricos em fósforo e potássio, que promovem a lignificação dos brotos e fortalecem o sistema radicular, aumentando a resistência das plantas ao frio.